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ou como construir um setlist de forma colaborativa com os melhores!
Decidimos pedir algumas sugestões de repertório a vários profissionais relacionados com o mundo da música. Músicos, radialistas, fotógrafos, promotores de concerto, nacionais ou internacionais, alguns até já relacionados com a nossa escola, brindaram-nos com escolhas incríveis, e até imprevisíveis.





Comecemos então pelas escolhas de Daniel Belo, jornalista e radialista da Antena 3. Daniel é já um conhecido da nossa escola, foi ele que em 2018 fez a grande entrevista “Rompe e Rasga” sobre nós, e por isso fazia todo o sentido a sua sugestão. Não nos apresentou apenas uma sugestão, mas uma playlist à altura daquilo que é uma escola de rock (https://www.youtube.com/playlist?list=PL6-Hgfa2mMSFZKeYzNkRDC7CbiAd_W-_C). Com nomes clássicos como The Patty Smith Group, Buzzcocks, Sonic Youth, Jack White e The Undertones, a música mais recente de Boy Azooga, Flamingods e Idles também não foi esquecida. Aliás, foi mesmo em Idles que recaiu a escolha principal do radialista. A banda inglesa formada em 2011, e que atuará no Vodafone Paredes de Coura 2020, lançou em 2018 o disco “Joy as an Act of Resistance”, e é desse álbum a música escolhida. “Television” foi a música que mais mexeu com Daniel em 2018(a par de Never Fight a Man With a Perm, do mesmo disco). Esta razão, aliada à forte mensagem da música- “Love Yourself”, originou a sua fantástica escolha. Também outro radialista conhecido da nossa escola deu a sua sugestão para o nosso repertório. Rui Tukayana, da TSF, e que também já fez uma grande reportagem multi-premiada sobre a nossa escola em 2014, sugeriu “Can I Kick It”, dos A Tribe Called Quest, em junção com a música “Take a Walk on the Wild Side”, do Lou Reed. Um desafio!
Foi também com uma playlist incrível que Jonah Falco apresentou ao nosso desafio (https://www.youtube.com/playlist?list=PL6-Hgfa2mMSHXnu_Kxkyh4LDuaE7sMMiU&fbclid=IwAR3UWidksrFvU_hJQVKs2Aigg7SNVU9lZOV_rABQKs98U_oGilByl2Idr74). O baterista dos Fucked Up, banda com a qual tocamos a música “Queen of Hearts”, na abertura do seu concerto no NOS Primavera Sound 2019, no Porto, enviou-nos uma lista bastante eclética com nomes e sonoridades imprevisíveis como Tim Maia, Carlene Carter e Eli and Jacno. A sua playlist é maioritariamente constituída por bandas influentes na década de 70 e 80, incluindo clássicos como “American Ruse” dos MC5, “Do It”, de Pink Faries e “Heyday” de The Sound. A nossa escolha recaiu exatamente sobre o tema da banda de pós-punk londrina. “Heyday”, de 1980, do álbum “Jeopardy”, foi escrito pelo vocalista e guitarrista da banda, Adrian Borland. O single de estreia da banda foi aclamado pelos críticos como um dos mais emocionantes e surpreendentes desde “In the City”, da banda The Jam. Terminando a sua atividade em 1988, muitos desses críticos consideram que The Sound foi uma das melhores bandas dos anos 80, equiparada a  The Psychedelic Furs, Echo and the Bunnymen ou Joy Divison.  “Heyday” é por isso uma excelente sugestão! Para além de Jonah Falco, também outro baterista internacional colaborou connosco. Michael Lowry, dos Future Islands, banda da qual já tocamos o tema “Seasons”, na primeira edição da Escola do Rock, sugeriu “Manta Ray”, dos Pixies. Um clássico!







Continuando com grandes músicos, Jamie Saft também aceitou ajudar-nos com a sua sugestão para o repertório da Escola do Rock. O pianista mestre dos teclados, e ainda produtor, compositor, e multi-instrumentista, enviou-nos nomes que considera essenciais para uma Escola do Rock. Sugere grandes nomes das décadas de 60 e 70, como ZZ Top, George Harrison, The Band, Judas Priest e Van Halen. Nas suas escolhas estão também nomes que até já estiveram em repertórios anteriores da nossa escola como Jimi Hendrix, Bob Dylan, AC/DC, Black Sabbath e Nirvana, e que nos permitiram sentir o rock ao extremo. Na hora de escolher uma música, o mestre dos teclados não hesitou e sugeriu-nos o clássico “Drifting”, de Jimi Hendrix.  Hendrix foi um dos grandes artistas que nos deixou com apenas 27 anos, em 1970. Depois dos seus três primeiros álbuns editados entre 1967 e 1968, caracterizados por um rock psicadélico, preparava um álbum com uma sonoridade diferente, que o transcendesse do rótulo de “selvagem”. No entanto, o seu precoce desaparecimento impediu que isso acontecesse ainda em vida. O álbum “The Cry of Love”, saiu então postumamente, em 1971, com músicas gravadas entre 1968 e 1970, onde se incluíam temas diferentes do habitual em Hendrix, como as baladas “Angel” e “Drifting”. “Drifting”, escrito por Hendrix como homenagem à lenda de R&B, Curtis Mayfield, com quem tocou no início da sua carreira, é um tema excelente, onde a guitarra é rainha, bem como a beleza e delicadeza com que Hendrix se expressa nas palavras. Mais uma excelente escolha!
O programador cultural, artista sonoro e músico Luís Fernandes também nos ajudou na escolha do repertório para a Escola do Rock. Diretor artístico do “gnration”, em Braga, local onde tocamos em abril de 2019, Luís conhece-nos bem e sugeriu-nos um grande tema. “Tomorrow Never Knows”, do inovador álbum “Revolver” dos Beatles, foi o escolhido. Depois de “Rubber Soul”, de 1965, “Revolver” chegou em 1966 e superou as expectativas, mostrando-se ainda mais inovador que o álbum antecessor, e marcando o início do rock mais psicadélico dos Beatles. Luís Fernandes destaca essa mesma inovação, realçando a capacidade da banda de conseguir expor a um gigante número de ouvintes, as mais entusiasmantes técnicas de composição da altura, como é o caso da utilização e da exploração do potencial de um estúdio, como ferramenta de criação. Para Luís uma Escola do Rock “não poderá descurar o arrojo, a transgressão e o olhar em diante”, tal como aconteceu com o quarteto de Liverpool. Na opinião do programador cultural, esta música exemplifica isso mesmo e envelheceu da melhor maneira, mantendo-se fresca hoje em dia. Ainda sobre a música “Tomorrow Never Knows”, o produtor George Martin disse ser impossível ser reproduzida, dada a sua complexidade e o facto dos improvisos em estúdio terem sido maioritariamente aleatórios, sendo impossível reproduzi-los novamente de maneira igual. Cá estaremos para fazer o nosso melhor, regressando ao repertório de uma das mais famosas bandas de sempre, Beatles.





Recorremos ainda à opinião de Luís Salgado, que à semelhança de Luís Fernandes, também é músico e programador cultural, além de sound designer. Luís acompanha a Escola do Rock desde a primeira edição, quando nos permitiu trabalhar e aprender com o seu projeto “Stereoboy”. Para além disso, na edição de 2018, fomos apresentar o nosso trabalho ao espaço cultural “Maus Hábitos”, onde Luís é programador musical. Por tudo isto, fazia imenso sentido pedir-lhe uma sugestão. Luís acedeu ao nosso pedido e sugeriu “Kick Out The Jams”, dos MC5, por considerar que quem estuda rock tem de conhecer este tema.  A banda MC5 (Motor City 5), assim chamada por serem cinco elementos e virem da capital da indústria automóvel da altura, Detroit, é uma das bandas históricas do rock&roll. Inconformados com o que se passava no seu país na altura, e inseridos na contracultura americana, fizeram história com atuações desconcertantes cheias de crítica política, e surpreenderam com as suas ações, desde concertos no meio de manifestações, entre tiroteios, até ao épico tema “Kick Out The Jams”. “Kick Out The Jams”, dá nome ao álbum de estreia histórico da banda, de 1969. O disco revolucionário foi gravado ao vivo, algo que não era habitual, em dois concertos nos dias 30 e 31 de outubro de 1968. A banda percursora do punk, fê-lo porque queria ter verdade no disco, ter tudo aquilo que os caracterizava nos concertos, atitude, energia, liberdade e rock&roll no seu estado mais puro, o que não era possível num álbum de estúdio. “Kick Out The Jams “, com um dos riffs de guitarra mais memoráveis, é por isso mais do que uma música, é um protesto contra o sistema político que vigorava na altura nos Estados Unidos da América. Mais uma sugestão incrível para o novo repertório.

Vera Marmelo, foi outra referência da área da música que contactamos. Uma das mais conhecidas fotógrafas de músicos e concertos em Portugal, conhece como ninguém o panorama da música nacional e internacional. Sugeriu-nos “Flat Lands”, de Chelsea Wolfe em dueto com Mark Lanegan, por ser uma das suas artistas favoritas dos últimos tempos.  Destaca ainda a versatilidade da cantora, multi-instrumentista e compositora americana associada ao folk, que consegue ir de registos mais calmos, em discos mais acústicos, a interpretações mais densas e fortes. Chelsea, editou já oito álbuns entre 2010 e 2019. A música “Flat Lands” está presente no álbum de acústicos de 2012, intitulado “Unknown Rooms: A Collection of Acoustic Songs”. Vera destaca-a como uma das suas músicas preferidas da cantora, por ter uma forte presença de cordas, obrigando à contenção, realçando que com a presença de Lanegan, o tema se transforma num super dueto. A fotógrafa considera ainda que apesar de ser uma escolha menos óbvia, espera que “Flat Lands”, abra caminhos novos aos alunos da Escola do Rock.
Toni Fortuna, líder, vocalista e guitarrista da banda d30, também contribuiu para a construção do nosso repertório. Depois do concerto da sua banda na Escola do Rock 2016, fazia todo sentido que assim fosse, e o ex-vocalista da banda Tédio Boys, extinta em 2000, apresentou-nos uma excelente sugestão. “You Got Good Taste”- The Cramps, foi a sua eleita, por ser uma banda icónica que acompanhou boa parte da sua vida e que viu pela última vez em Paredes de Coura. Para além disso considera também que The Cramps, foi, e é uma referência para muitos músicos. A banda americana formada em 1976, é conhecida por ter sido a primeira a juntar punk com rockability, sendo por isso considerada percusora do estilo psychobilly, bem como de garage rock. Lançaram dez discos entre 1980 e 2003. “You Got Good Taste” estava presente no álbum “Smell of Female”, o primeiro gravado ao vivo pela banda, em 1983. A banda que terminou em 2009, é já conhecida na Escola do Rock, já que na edição de 2018, “Heartbreak Hotel”, música de Elvis Presley, também gravada pela banda americana, no álbum ao vivo de 1987, fez parte do nosso repertório, provocando muita dança nos concertos. Regressaremos a The Cramps com todo o gosto, depois desta sugestão de um nome incontornável do rock português. Também outros nomes incontornáveis do rock nacional colaboraram com as suas sugestões de músicas. Jorge Romão, baixista dos GNR, sugeriu-nos “Rebel Rebel”, do incrível David Bowie, por gostar imenso do riff de guitarra de Mick Ronson, e da progressão da linha de baixo. Já a escolha de Tó Trips, guitarrista dos Dead Combo, recaiu em “Remar Remar” dos portugueses Xutos e Pontapés, porque para si é uma das melhores músicas rock feitas em Portugal, icónica, histórica, e com uma forte essência portuguesa! Hélio Morais, músico e cofundador das bandas Linda Martini e PAUS, apresentou como sugestão “New Noise” dos Refused, dada a importância do disco “The Shape of Punk To Come” para o punk/hardcore. Para Hélio, neste disco, um dos mais importantes da sua vida, a banda mostra como se pode misturar elementos eletrónicos e mesmo jazz, com o balanço e agressividade tipicamente associados ao punk/hardcore. Por último, mas não menos importante, João Carvalho, diretor do Festival Vodafone Paredes de Coura, onde já estiveram várias das bandas aqui faladas, sugeriu “The Rat”, dos The Walkmen, por ser um tema que o deixa bem-disposto e com vontade de dançar. Revelou ainda que, caso a banda se volte a juntar, será uma prioridade para o Festival Courense!

A última sugestão para o nosso repertório parte de Francisco Taveira, vocalista dos Dream People, banda residente da Escola do Rock 2018. Dada a sua ligação à nossa escola, convidamos Francisco a dar-nos uma opinião e a sugerir um tema. A sua escolha foi “Love My Way” dos ingleses pós punk, The Psychedelic Furs. A banda formada em 1977, e que mudou de nome várias vezes, lançou sete álbuns entre 1980 e 1991. “Love My Way” foi o primeiro single do terceiro disco “Forever Now”, de 1982, e obteve grande êxito no Reino Unido, Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia, tendo sido usado em vários filmes e séries. Francisco escolheu este tema para o nosso repertório por considerar ser “um hino à descoberta de quem somos enquanto indivíduos, e dos caminhos que queremos percorrer na vida”, algo que a banda também reforçou quando o single saiu. O vocalista dos Dream People espera que esta sugestão inspire os novos alunos da Escola do Rock a descobrirem-se musical e pessoalmente. Temos a certeza que sim!

Estas foram as escolhas para o repertório da Escola do Rock. Algumas imprevisíveis, outras a constituírem um desafio para nós, mas todas elas históricas, e com grande importância para a música nacional e internacional. Todas elas nos permitirão divertir, aprender e evoluir, com muito rock! Muito obrigado a todos pelas sugestões incríveis!

Rock On!





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